30 de setembro de 2007

Breathe

Domingo, vadiagem, preguiça, silêncio.

Encontro uma ideia tentadora e alinho. Sai-me:

The concern for the internally damaged objects leads to a wish to repair them rather than to deny their existence, and so the infant enters the ethical world.

H. Segal, D. Bell in Freud's "On Narcissism: An Introduction" (ed: ipa)

Cercados de thanatos, não devíamos esbanjar oxigénio. Já fomos enormes, quando éramos pequenos.

29 de setembro de 2007

Go!

Dexter Gordon, 1962. A grande desbunda do bop swingado, um exemplo maior do que de mais contagiante a cena jazz produziu. Com Sonny Clark, Butch Warren e Billy Higgins, Dexter atinge, 17 anos depois do primeiro disco, uma das mais belas imperfeições da história da música popular. Play it loud!

Pathos

"Mais uma vez, o PSD deu uma grande lição ao país."

L.F.Menezes

Só não digo que o PSD acabou hoje porque se há coisa que parece não existir são cadáveres políticos (com a excepção do de Manuel Monteiro, claro). O próprio Menezes, Santana (mesmo que só em espírito), Loureiro, Isaltino e tais estão aí a prová-lo. Se ainda não estão, devem estar a chegar.

Sócrates tem, também a partir de hoje, que se preocupar cada vez menos com os portugueses, porque o seu lugar depende mais de quem se apresente aos eleitores para o substituir. Que será Menezes, de fora do Parlamento mas disponível para confraternizar.

Próxima paragem: 2009. É no congresso que se seguirá à derrota nas legislativas desse ano que veremos quem se chega à frente. Isso dependerá de quão lastimável estiver o partido, na altura. Até lá, o PSD vai dar o máximo para seduzir esta imensa junta de freguesias.

Deve ter sido a viagem mais em conta que aquele empresário do avião emprestado alguma vez desembolsou.

Ensaio sobre a cegueira

Helmutt Newton | 1999

A Vitória de Pirro

Contra a lógica aparente, pode ser mais difícil conseguir sonhar a dormir do que sonhar acordado. Acordado está-se mais ou menos vigil e a censura/controlo, mesmo embotado, pode sempre aparecer; raramente é perigoso ir à lua e voltar. O sonho do sono depende menos de quem o sonha. Há para lá uns processos, está certo, que tratam de distorcer, condensar, deslocar; mas que não garantem nada, o monstro pode irromper, insaciável. Pelo que a única saída passa por boicotar o sono, impedir o processo e a sequência, teatro, palco e companhia residente. O homem vence-se pelo cansaço, manco e incomunicável.

27 de setembro de 2007

Sick

Como seria de esperar, vindo de quem se arroga deter o quarto (discurso manifesto) ou mesmo o primeiro poder (discurso latente), a direcção de informação da SIC-N já veio, em comunicado, exercer o seu direito à arrogância e à auto-indulgência. Ser a "televisão portuguesa que mais importância dá à política nacional" não é argumento para absolutamente nada, excepto para uma hipotética defesa a uma hipotética acusação de dar pouca importância à política nacional. Qual é a correlação entre o facto de a SIC-N dar muita importância à política (é um canal de notícias, porra!) e a linha editorial (que já avisou tencionar manter) de ceder a momentos popularuchos, secundarizando (sub-hierarquizando) ostensivamente assuntos mais relevantes? É a scolarização total, cada vez mais assumida. Caricaturizando (para se perceber melhor), seria como um missionário que justificasse um acto homicida ao abrigo das centenas de vidas que ajudou a salvar.

PS: Os pontapés pelas costas que o Pedro Mourinho ficou a dar ao PSL, na sequência da emissão, não merecem muitos comentários. Dizem tudo de quem os deu e de quem lhos valida.

[adenda] Há por aí uma pequena confusão: não é o Santana Lopes que está em causa.

26 de setembro de 2007

The Cable Guys

Anda aí um spot de promoção a uma série manhosa qualquer que promete felicidade: "Eles [os heróis] são quase tão temidos pelos criminosos como pelas companhias de seguros". Sabem aliciar, os estagiários do cabo. Isto é que é ter olho para o negócio.

25 de setembro de 2007

O Ahmadinejad está a falar a sério

quando afirma que não existem homossexuais no Irão. Do ponto de vista daquilo a que poderíamos chamar «o grande ego observador», uma espécie de instância grupal que indaga, põe em causa, tenta compreender, interpreta o que se passa à volta e no seu interior, não existem homossexuais. No Irão. Suponho que substituir «homossexuais» por «homossexualidade» daria no mesmo. Em primeiro lugar, logo muito (demasiado) em concreto, a homossexualidade é punida com uma condenação à morte. Depois basta olhar: numa parte do mundo onde o certo e o errado estão assim definidos e escrutinados, como poderia? Onde é tão óbvio o receio (ou medo?) que o feminino provoca - resolvido com a anulação, invisibilidade e segregação da mulher - não há lugar para a ideia da homossexualidade, pelo menos da masculina (sim, que elas são capazes de tudo!). Seria demasiadamente perigoso, ponderar sequer a hipótese e depois olhar em redor, naquela zona da mesquita ou nas boquilhas da chicha e não encontrar uma, sequer, para aliviar a angústia. E se...? Nã!

[img] Misha Gordin

24 de setembro de 2007

Elevadores: o último manual de instruções

Não é necessário preocupar-se em informar o elevador se ele deve subir ou descer para ir ter consigo. Não faz sentido nenhum pressionar o botão de descida para que ele desça, mesmo estando a pessoa no rés-do-chão. A cabine pode andar pela cave e precisar mesmo de subir - é lá com ela e você não tem nada com isso. Assim, os botões de descida ou subida na zona exterior de acesso servem para indicar o desígnio do utilizador: se achar que lhe dá jeito subir, indique-o na chamada, para descer faça exactamente o mesmo (mas no botão de baixo). Desta forma o moço que se encontra enclausurado nas masmorras do edifício, a pão e água e quase sem oxigénio disponível sete dias por semana a troco de um salário miserável, poderá escolher que elevador enviar de forma a poupar energia, material e a paciência de quem observa. Nunca se questionou da razão pela qual às vezes, antes do arranque, surge uma hesitação, um momento em que a porta volta a abrir ou aquilo fica ali uns segundos a pensar no que haveria agora de lhe acontecer? Está a desesperar, a máquina, porque você tinha manifestado interesse em descer e agora decide subir, contra toda a lógica mais básica. Não tente adivinhar onde está a cabine. O botão com que chama a geringonça tem a ver com a sua intenção. O mundo não depende assim tanto de si. Se não conseguir perceber, memorize.

22 de setembro de 2007

Ch-ch-ch-ch-chan-ges

De entre os milhares de chavões borbulhentos que tendem a sobreviver às gerações (Sou uma pessoa muito humana... / Amiga do meu amigo... / A vida para mim é uma festa...), divirto-me especialmente com o inenarrável «Não mudes nunca». Percebe-se que a intenção seja boa, um elogio ao carácter mais que perfeito do outro. Mas o que se diria, sei lá, a um gajo tão porreiro como o David Bowie sem parecer que lhe queríamos arruinar a existência?

É que não se percebe um crl!

O Albergue dos Danados vence, de cebolada, a Grande Palma da Encriptação Blogosférica; e bem sei que às vezes aqui também se pratica esse desporto onaniforme (como agora, possivelmente). Mas não há nada a fazer: perco-me sempre, algures, em algum momento, numa zona qualquer da barreira de contacto. De qualquer forma devo dizer que gosto da estética de alguns daqueles enigmas. Mas que, de facto, não se percebe mesmo um crl...

Life's A Riot W/ Spy Vs Spy

Billy Bragg, 1983. As primeiras gravações de amor e protesto, um gajo e uma guitarra eléctrica. Um improvável admirador de Simon & Garfunkel, esses agitadores sociais. Mais forte que todo o circo punk junto. O romântico sem idílio, o convicto desafectado. Simples, directo. Chegou, tocou a música, acabou a música, começou outra.

15:42:33 | 22.09.2007

Acabei de tirar o meu melhor café de sempre. Estou muito emocionado.

21 de setembro de 2007

Dr. House

As casas dos oankali, na extraordinária Xenogenesis de Octavia Butler, eram entidades híbridas com, entre ziliões de características, capacidade de auto-regeneração. Nada de «inteligência» ou outros qualificativos pomposos com que hoje se vendem meia-dúzia de truques tecnológicos adaptados ao micro-ondas ou ao plasma. Simbiose. Permuta. Benefício mútuo. As paredes, um avançado frankenstein animal, vegetal e sabe-se lá o que mais, cuidavam dos oankali porque era essa a lógica da sua existência. Ora, a esmagadora maioria das nossas paredes não existe, simplesmente estão cá desde e como cá as puseram e assim não vão a lado nenhum. Já tivemos mais que tempo para fazer bem melhor.

19 de setembro de 2007

Free Your Mind And Your Ass Will Follow

Funkadelic, 1970. A anos-luz das auto-referências soporíferas do James Brown, é este o funk que interessa. Rock com groove, Zappa com Hendrix de olhos semicerrados, em gargalhadas ilegais, apanhados à procura do ritmo. Não é bem para dançar, é para abanar o neurónio, o rabo e as pedras do copo de whisky.

18 de setembro de 2007

Blindness (o filme)

Ensaio Sobre A Cegueira é um dos grandes livros de Saramago. Quem lhe chama um clone d'A Peste (Camus) é injusto e não sabe o que perde, mesmo tendo lido ambos. O Ensaio contém A Peste, uma peste, mas vai para além dela e de todas as outras. Talvez seja onde, na obra do escritor, mais se apresente a "desordem estuporada da vida" (recorrendo ao Herberto Helder), uma hiperconsciência dos demónios; trema, apofania e apocalipse em progressão vertiginosa. A ver vamos. Deve ser tramado, encerrar aquilo tudo em imagens apesar de originalmente a obra já apelar a esse lado primário, visual, cada página mais do que a anterior. Sublinho a ideia de «transformação». Creio que um dos grandes desafios poderá estar em encontrar uma linguagem que se agarre a um equivalente da sintaxe e do ritmo do livro, que é o tempo e o lugar interno em que quem enlouquece, enlouquece, lutando para aguentar. A forma é a alma do Ensaio. Um bico-de-obra. Fernando Meirelles mantém um blog enquanto filma.

17 de setembro de 2007

TV

Substituir The West Wing pela transmissão da cerimónia dos Emmys, como fez o AXN, é a maior ironia que a televisão pode oferecer a si própria.

16 de setembro de 2007

Domingo, 16 de Setembro de 1959

Está a ser um ano do caraças. Portugal, Reino Unido, Suécia, Noruega, Dinamarca, Suíça e Áustria estabeleceram a European Free Trade Association. A revolta tibetana foi esmagada e o Dalai Lama partiu para o exílio (aposto que daqui a 50 anos vai andar pelo mundo a causar embaraços a governos hipócritas). O DeGaulle parece começar a poderar a inevitabilidade da independência algeriana. O Alaska e o Hawaii passam a ser estados norte-americanos. Nixon e Khrushchev, na União Soviética, debateram os méritos do capitalismo e do comunismo (numa cozinha, ao que parece). Singapura independente. Castro entrou em Havana, saudado por populares, por norte-americanos e por soviéticos, mas como começou logo a assinar tratados com estes, aqueles imediatamente deixaram de o considerar um freedom fighter. O X-15 atingiu Mach 6 (isto sim, vai dar merda). Assim como assim vou rolar de mota, a ver se acontece mais alguma coisa.

PSD: Menezes volta atrás e vai ao debate na SIC Notícias

Ou seja, sobre «esta matéria» já é a segunda vez que volta atrás. Aí está uma larga visão: o seu horizonte pessoal para um grau mínimo de congruência e algum comprometimento dá-lhe uma margem de praí uma semana inteira. Mais do que suficiente para liderar a oposição ou para governar. Um grande estadista. É extraordinário se conseguir não enjoar.

«massage and a bottle»

Gosto do refrão de uma música que aquela boys-band disfarçada de pop-band disfarçada de r'n'roll-band com um nome ridículo (já 'GNR' é um nome absolutamente genial...), em finais de 70 / inícios de 80, cantava: «massage and a bottle» parece-me muito bem. Embora ele tivesse uma pronúncia esquisita.

15 de setembro de 2007

Sabbath

É a celebração religiosa da cidade de mota, da cadela aliviada em cima dos dentes-de-leão, dos jornais e dos cafés, da casa a swingar em jazz, de uma garrafa de vinho e das janelas abertas. Quase tudo como nos outros dias, excepto que os Sábados são para levar a sério.

Bip. Bip...... Bip.........bip...................bi....

Como é possível que nestes anos todos não tenha havido um coronel Kurtz

que ao aproximar-se da estação orbital,

assumisse o (des)controlo da coisa, virasse à direita

e... Godspeed. Xau. Farewell. Au revoir. Houston, you have a problem.

14 de setembro de 2007

(Inner) Snapshot

Nevoeiro misturado com um vago cheiro a maresia e o fumo dos carros de Sexta-Feira ao início da noite, de onde se escapam as provas de crimes tabágicos e as luzinhas dos telemóveis no regresso a casa. Desejei um bocado de frio em passeios vermelhos e amarelos e parece-me extremamente oficial, a falta que o Outono me faz.

Adenda

A novela da noite precisa sempre de culpados, no Zero de Conduta, complementa e expande muito bem a ideia de Portugal is not dead... it just smells funny.

Charlie Schreiner

13 de setembro de 2007

A Arte da Guelra

Não me apetece ir ali acordar o Sun Tzu, mas tenho a certeza de que se ele nunca dissertou à volta da desgraça que se abate sobre um general quando este se escuda nos seus soldados (justificar uma imbecilidade com a intenção de defender o Quaresma, por exemplo), é por ser coisa escandalosamente óbvia. Mesmo que o motivo tenha sido mesmo esse (que não foi).

Hipótese

Isto pode parecer tendencioso, mas desconfio que a razão foi o nome do sérvio, coitado.

11 de setembro de 2007

Upa!

Não é de admirar que rádios, jornais, revistas ou televisões insistam ad nauseam no caso da miúda desaparecida, nem que para isso tenham de entrevistar a Santinha da Ladeira em frente aos diplomas da Universidade MísticoAlada. Pois se até o Pathos teve um boost de visitantes, depois da posta a cascar nos jornalistas...

*

Não perca, amanhã ou depois, um textículo com a opinião da minha vizinha do 2º andar (esquerdo). No mais rigoroso exclusivo e com a habitual excelência de conteúdos a que este blog vos habituou. [agora imaginem-me, vagamente hitchcockiano, caminhando de um lado para o outro, de perfil, a esfregar as mãos em frente à zona do esterno e a olhar com o queixo ao nível do ombro, à Mário Crespo (vénia)]

-> Teaser/Preview:

É assim: (...)

10 de setembro de 2007

Rugby

Um cartaz com o alinhamento por profissões dos jogadores de rugby de Portugal e da Escócia foi das imagens relacionadas com desporto mais porreiras dos últimos tempos. Os jogadores portugueses têm as mais variadas profissões, excepto jogador profissional de rugby, que é a única profissão de todos os jogadores escoceses. Devem estar a ter dos melhores tempos das vidas deles! Como diria a amiga Alice (se gostasse de rugby e se calhar até gosta - ahahah...), a curtir como castores.

Portugal is not dead... it just smells funny. [2]

No acompanhamento jornalístico (?) do caso da miúda desaparecida tresandam moralismo, parcialidade, corporativismo, patriotismo, corporativismo patriótico, entre outras vergonhas. A tonalidade actual é a do triunfo vingativo, depois de o casal ter sido declarado arguido no processo. Desde o posicionamento de alguns comentadores mais ou menos especializados até, e esta é a parte grave, ao conteúdo recriminador de algumas peças (portanto julgador - mais do que opinativo, o que já seria mau).

Como na SIC e na SIC-N, por exemplo, em que o Luís Costa Ribas falava como entendido em... jornalismo, respondendo ressabiadíssimo aos supostos ataques dos ingleses à pátria, à polícia e - no fundo era esta a mensagem - a cada um de nós. Depois, no meio das peças sobre o regresso do casal ao Reino Unido, queixaram-se do tratamento diferenciado em relação aos colegas ingleses, que se mexem melhor a fazer merda. Parecendo impossível piorar, aludem de forma ambígua às motivações deste regresso, só faltando assumir literalmente a palavra "fuga" e transformando-o na prova final de qualquer coisa. Veja-se a ignomínia: constituídos arguidos no processo do desaparecimento e possível morte da própria filha, num país estrangeiro e a dias de poderem ser formalmente acusados, tiveram o desplante de preferir estar (legalmente) em casa. Seja qual for a verdadeira condição deles, inocentes ou culpados, fizeram aquilo que deveriam ter feito. O que qualquer pessoa faria. Casa.

O grau-nojento da peça em questão foi atingido com a frase que acompanhava as imagens do carro da família a passar pelos portões: "...sem Madeleine e sem explicações para o desaparecimento da filha."

8 de setembro de 2007

Wanted, dead or aLive

A quem terei eu emprestado isto?

Estou a ressacar!

Sosseguem-me e não haverá represálias.

O melhor emprego do mundo

Neste fim-de-semana a selecção nacional de futebol continua a cumprir a meia-dúzia de jogos anuais com que anima as hostes patriotas. O melhor emprego do mundo é o do seleccionador, que recebe para cima de cento-e-cinquenta-e-tal-mil-euros por mês, só em ordenados, para motivar o pessoal contra as equipas da Polónia, da Arménia, do Azerbaijão ou do Cazaquistão. Claro que, nos escassos intervalos entre a jardinagem e uma meticulosa observação da baía de Cascais, vai fazendo umas perninhas em publicidade, o que é absolutamente legítimo. Depois, de 2 em 2 anos, lá vão todos a uma grande competição, que pode realmente decidir da continuidade ou, quando a coisa corre mesmo mal, a sua transferência para outro país, onde tudo recomeça.

Estou a ser injusto. Este emprego seria canja em países adultos e civilizados. Em Portugal, cada euro do salário do homem é ganho com sangue, suor e lágrimas. Não é para qualquer um, o peso da responsabilidade de providenciar e ajudar a manter a identidade de um povo.

7 de setembro de 2007

Portugal is not dead... it just smells funny.

Ouvindo e lendo as notícias, diariamente: aspirantes a qualquer coisa, políticos e governantes, a vox populi (essa assustadora entidade), o que faz correr as gentes e o que as faz travar a fundo... Só consigo lembrar-me do grande Francesco Zappa, parafraseando-o.

O Senhor Mesquita

[ lomografado ]

Kairouan (Sidi Oqba)

6 de setembro de 2007

Ensaio

Considera-se intrinsecamente ateu e dos últimos evolucionistas vivos. Começou a escrever 'A Genealogia do Mais Absoluto Acaso' em 1962. Não consegue ludibriar a primeira frase da obra, mas sabe que recusa o intelligent design com a força de uma fé inabalável. "Foi-nos concedida a magnanimidade do aleatório como solução para o desamparo original, mas nesta longa e difícil infância não concebemos abdicar de pensamentos maiores que nos subjugam a uma ordem divina". Dizem que "bloqueou" e partiu para as montanhas de Valongo e que pondera iniciar uma religião sem deus. Já foi visto no parque de estacionamento do E.Leclerc, por se sentir bastante sozinho.

4 de setembro de 2007

Nas multidões do Whitman *

Entre a realidade e o sonho, as ideias do demiurgo colam os cacos da criação (como podem).

Sem elas avança de novo o vazio, a ausência do tempo e de ser-se.

A queda da unidade solta pequenos, mesquinhos, zangados, deuses elementares.

* (das partes esquizóides)

Toda a Verdade

A maior parte dos documentários da SIC-N são telenovelas disfarçadas.

3 de setembro de 2007

2ndL

Com a mínima paciência para o Second Life podia dedicar-me à recolha de avatares abandonados em passeios, casas, praias, pontes, cafés. Também podia fazer isso na first one, claro.

1 de setembro de 2007

Hoe zeg je Moleskine in het Nederlands?

À pessoa que anda a ler o Pathos em Den Haag:

deixei um Moleskine, há 3 anos, mais ou menos a esta hora, numa mesa do Zwart Ruiter. Será possível passar por lá e, porventura, dar uma pequena vista de olhos?...

...

O silêncio é o mito privado de quem tem de gerir uma kasbah por dentro.