28 de fevereiro de 2009
Casórios Esquisitos
26 de fevereiro de 2009
A dor, a dor...
Declaração de desinteresses: nos tempos em que ainda não conhecia a personagem li praí metade (e debati-me e insisti para chegar ao fim) do Tratado das Paixões da Alma e d'A Ordem Natural das Coisas (grande título), tempos em que fazia questão de vencer o enfado que alguns livros me provocavam (hoje em dia sou algo desafectado com essas coisas - um calhamaço que me aborreça está condenado a mais 15 ou 20 páginas para mostrar o que me vale - tempus fugit).
A partir de determinada altura, fiquei atento. Questionei-me sobre quem seria aquele escritor de quem se dizia tanto e tão bem e que eu não conseguia atingir. Urgia (calma, Braga: isso é com 'O'...) deslindar a hipótese arrasadora de eu ser afinal uma jovem mosca consumidora de fast-food literária, entusiasmado com os McKafkas e os Eça's Fried Chicken dos escaparates.
Passei então a encontrar o ALA em tudo o que era entrevista, a proclamar a sua profunda repugnância por entrevistas. Servidas com cópias de manuscritos em folhas do hospital, num estilo obsessivo e quase hieroglífico, como se um buraco negro depressivo estivesse a atrair todos os caracteres que alguma vez escrevera, desde a Primária, passando pelos copianços do Liceu.
E a personagem de si próprio, como bem lhe chama o FJV, apareceu; revelado em todo o seu pathos sombrio e redundante.
Estava ali a lógica das minhas duas desistências, que a partir de certa altura era invariavelmente servida em gratinado ressentimento pelo Nobel do outro que não ele. Aquela dor de existir era sempre tão rebuscada que já não parecia dor, eram palavras. Que começavam e terminavam em si mesmas (em si mesmo). Um universo circular que não abria a ruínas circulares, no expandido sentido de Borges. E, cá na minha (um) pouco humilde concepção, não era possível desvitalizar completamente o desassossego, para se poder fugir-lhe com alguma pinta. O Beckett enlouquecia o próprio sofrimento e fugia-lhe, ou tentava. O Fiódor chicoteava-se com um Terço de canetas e com o inferno gelado da sua Sibéria privada. O ALA mastigava, dramatizava, e nunca mais saíamos dali. Fui-me.
24 de fevereiro de 2009
23 de fevereiro de 2009
20 de fevereiro de 2009
Foda-se, que voz tão bonita
Ode to the LRC | Band of Horses | Cease to Begin (2007) | Tubo
Nunca tive especial predilecção por vozes de afinação imaculada, ou seja, se cantarem boa música tudo bem. Adoro o Dylan, porra. Mas acontece-me andar fascinado com as cordas do Ben Bridwell, la-di-das e tudo. O vírus, desconfio, instalou-se-me mais recentemente nas audições consecutivas dos My Morning Jacket. E agora encontro-me nesta situação um bocado parva. Que é a de ouvir este gajo, ou o Jim James, e dar por mim a pensar ou dizer coisas como 'foda-se, que voz tão bonita'. Help.
18 de fevereiro de 2009
Aproximem-se
Aqui está o primeiro momento do que pode culminar numa noite do caraças, em frente a um palco e dois gajos a cantar.
16 de fevereiro de 2009
11 de fevereiro de 2009
10 de fevereiro de 2009
Mendigo da Atenção condenado a 3 minutos de solitária
8 de fevereiro de 2009
A Fome-Ideal
5 de fevereiro de 2009
4 de fevereiro de 2009
Jornalismo de Investigação (o não-post)
Depois de uma minuciosa indagação pelo Correio da Manha (assim mesmo, sem til), fica a saber-se que "Marina Rodrigues não vai estar em Manchester para comemorar o 24º aniversário de Cristiano Ronaldo", que "a jovem madeirense volta a negar ter qualquer relação amorosa com o jogador", que afirma "não manter nenhum tipo de contacto com ele", que "não foi convidada para a comemoração", que "não vai perder tempo a procurar presentes", que não vai "oferecer nenhuma prenda ao Cristiano pois não tenho intimidade para isso", que "a amizade já não é o que era" ("Há já algum tempo que não falo com ele, ao contrário do que possam pensar", esclareceu), mas que, afinal "não fica indiferente à data festiva" ("Apenas posso desejar-lhe que passe um dia bastante feliz, na companhia da família e das pessoas que mais ama").
Senhores: o facto de esta ser uma 'dupla não-notícia' dificilmente a transforma numa propriamente dita. Menos por menos nem sempre dá mais.