29 de agosto de 2008
23 de agosto de 2008
Absolutamente genial
" 'Artur, vai pró caralho! Vai para a puta que te pariu. Eu não te admito uma coisa destas. Vai falar com o caralho. Comigo nunca mais falas.' E assim se deu, com algum pesar meu, a ruptura definitiva com o Artur Jorge."
Octávio Machado in Vocês Sabem Do Que Estou A Falar via Única
22 de agosto de 2008
Clans of the Alphane Moon (1964)
Com este thriller de intriga em ambiente extraterrestre, K. Dick escreveu uma das suas mais datadas novelas de ficção científica. Há algo de muito curioso, quando se junta a intenção de projectar o desenvolvimento da tecnologia e da organização da sociedade sem um grande esforço de distanciamento à actualidade referencial em que as obras são concebidas. E lê-las, trinta e tal anos depois, dá um gozo especial. Ao contrário de grande parte das suas obras-primas, K. Dick ensaia uma realidade muito idêntica ao presente de então, com blocos comunistas e capitalistas a dominarem um mundo estratificado em todos os sentidos possíveis (pelo menos no lado americano da questão). As classes atingem um nível laboratorial em Alfa III M2, uma lua do sistema Alfa Centauro que os terrestres conquistaram aos alfanos e logo abandonaram, depois de a terem transformado no depósito dos seus (oficialmente reconhecidos) doentes mentais. Durante 25 anos viveram entregues a si próprios, à especialização e às produções da sua loucura, organizando-se em clãs que não são mais que um passeio pelos compêndios da psiquiatria dos anos 60. Os pares (paranóides) concentraram-se em Adolphville (segundo o tipo mental de Adolph Hitler), os mans (maníacos) em Da Vinci Heights, os heebs (hebefrénicos) em Ghanditown, etc.. Com um enredo em que os diversos cruzamentos de intriga (política, social, pessoal) complexificam progressivamente a acção, Os Clãs Da Lua De Alfa é uma das menos inovadoras e mais datadas obras de Philip K. Dick - um objecto que merece toda a curiosidade e atenção que se lhe possa dispensar, portanto. Há algo de extraordinário em ver os génios a descansar.
21 de agosto de 2008
From Comedy Central's world news headquarters in New York
20 de agosto de 2008
Código Binário
" One of the things that we have to change in this country is the idea that people can’t disagree without challenging each other’s character and patriotism. I have never suggested that Sen. McCain picks his positions on national security based on politics or personal ambition. I have not suggested it because I believe that he genuinely wants to serve America’s national interest. Now, it’s time for him to acknowledge that I want to do the same."
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É muito bom, este discurso. Podia ter saído daqui. Obama desmonta algumas das fantasias persecutórias com que os Republicanos têm vindo a estupidificar o seu país: o medo como engodo, o patriotismo acrítico como única e última arma para o enfrentar e o pensamento como rebuçado do diabo. Só que assim não vai longe. As últimas sondagens são um aviso e uma espada de Dâmocles. Ou se auto-imbeciliza um pouco ou perde a eleição. Os Estados Unidos da América elegeram (mais ou menos) e reelegeram um tipo primário e evidentemente burro, que os distraiu com pantominas inenarráveis enquanto os sócios sugaram o que quiseram e brincaram à omnipotência, à arrogância e à impunidade com que os deuses menores se brindam. Se Obama precisar de chegar (e precisa) a muitos dos eleitores que acharam, ao longo de quase uma década, que estavam a ser bem conduzidos, vai ter de simplificar o discurso, apostar na lógica mais básica e ter em conta que, para esses, Estaline nunca chegou a morrer, apenas salta de carcaça em carcaça, umas vezes mais dissimulado que outras (é preciso estar atento, ou melhor, delegar essa função em quem consegue reconhecer o espectro do papão, seja qual for a forma que este assuma, mais bigode menos turbante). Vai ter de render-se à evidência de que aquele pessoal funciona na base da projecção para o exterior e para a diferença dos seus próprios temores de aniquilamento esquizo-paranóides e, como consequência, do messianismo e da salvação triunfante. Para vencer, Barak Obama terá de enganar o seu povo.
5 de agosto de 2008
Qual espanto?
O Irão está literalmente rodeado por países comprometidos com os Estados Unidos, politica, economica e militarmente. A quase totalidade do seu perímetro é, na verdade, militarmente controlada pelos EUA, que percorreram meio mundo para assegurar interesses relacionados com a produção de energia, da qual dependem como ninguém. Apesar deste cenário, quase auto-evidente, fala-se da necessidade de implementar ou reforçar sanções contra o Irão pelo desenvolvimento de um programa nuclear, colocando-se mesmo a hipótese de ataques preventivos. O sistema democrático e regulado dos EU não resolve o dilema moral a seu favor, porque está visto que tal não os impediu de forçar a invasão do Iraque, por exemplo, enganando quem se predispôs a deixar-se enganar.
Sou ocidental, identifico-me totalmente com o lado de cá dos direitos, deveres e garantias, principalmente no que à autodeterminação individual diz respeito (apesar dos insistentes retrocessos também nessa área). Só não concebo como é que pode condenar-se um país por cerrar fileiras, se efectivamente cercado por bombas atómicas e um agressor externo para quem longe, distância e legitimidade são conceitos relativos, face aos interesses económicos de que não parecem dispostos a abdicar. E, como dizia alguém ou alguns ou mesmo muitos, continuam a ir ao supermercado em carrinhas de 53000 centímetros cúbicos e 47 carburadores.
4 de agosto de 2008
Inquérito de Verão para multicelulares
- Se, durante vinte e quatro horas em férias, pudesses assistir aos seguintes eventos, qual a ordem cronológica que escolherias para fazê-lo - dança/bailado; peça de teatro; exposição; cinema?
- Um filme visto ou revisto recentemente e um filme que queres ver ou rever?
- Um livro lido recentemente e um livro que queres ler ou reler?
Agora vou interromper a corrente, ou começo a cantar o kumbaiá...