" One of the things that we have to change in this country is the idea that people can’t disagree without challenging each other’s character and patriotism. I have never suggested that Sen. McCain picks his positions on national security based on politics or personal ambition. I have not suggested it because I believe that he genuinely wants to serve America’s national interest. Now, it’s time for him to acknowledge that I want to do the same."
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É muito bom, este discurso. Podia ter saído daqui. Obama desmonta algumas das fantasias persecutórias com que os Republicanos têm vindo a estupidificar o seu país: o medo como engodo, o patriotismo acrítico como única e última arma para o enfrentar e o pensamento como rebuçado do diabo. Só que assim não vai longe. As últimas sondagens são um aviso e uma espada de Dâmocles. Ou se auto-imbeciliza um pouco ou perde a eleição. Os Estados Unidos da América elegeram (mais ou menos) e reelegeram um tipo primário e evidentemente burro, que os distraiu com pantominas inenarráveis enquanto os sócios sugaram o que quiseram e brincaram à omnipotência, à arrogância e à impunidade com que os deuses menores se brindam. Se Obama precisar de chegar (e precisa) a muitos dos eleitores que acharam, ao longo de quase uma década, que estavam a ser bem conduzidos, vai ter de simplificar o discurso, apostar na lógica mais básica e ter em conta que, para esses, Estaline nunca chegou a morrer, apenas salta de carcaça em carcaça, umas vezes mais dissimulado que outras (é preciso estar atento, ou melhor, delegar essa função em quem consegue reconhecer o espectro do papão, seja qual for a forma que este assuma, mais bigode menos turbante). Vai ter de render-se à evidência de que aquele pessoal funciona na base da projecção para o exterior e para a diferença dos seus próprios temores de aniquilamento esquizo-paranóides e, como consequência, do messianismo e da salvação triunfante. Para vencer, Barak Obama terá de enganar o seu povo.