17 de abril de 2009

€uromilhões

O pão e os medicamentos são duas necessidades básicas, só que há muito mais gente a saber sintetizar pão do que amassar e cozer moléculas químicas. Portanto, na interminável guerra à volta dos euromilhões do negócio da doença, vem agora o bastonário dos médicos contra-atacar os senhores das farmácias. Estes, encantados com o pot€ncial dos genéricos, começaram a acusar aqueles de não abrirem mão das viagens que os laboratórios sempre ofereceram a troco de prescrições. Agora, o representante dos médicos, magoado pela quebra do pacto implícito que vigorou décadas a fio, de ninguém descobrir a careca a ninguém (e realmente, até aos genéricos, ninguém tinha interesse nisso - a reforma da Dona Miquinhas pagava os BM's de todos), vem ameaçar com uma fórmula que permitiria entregar directamente os medicamentos aos pensionistas, sem passar pela farmácia e sem pagar dois contos.

E tudo isto enojaria, se o português médio conhecesse algo mais para além do cheiro a coisas podres.

Se é exequível, por que não está já em vigor? Porque não passa de uma arma popularucha na guerra dos euromilhões. Uma guerra corporativista, com esgares plutocratas. Tomem vergonha - 500 mg dela.