Sou um fã absoluto do Sébastien Tellier desde a primeira hora, desde os primeiros acordes com que abriu um concerto dos Air no Coliseu, acompanhado de uma miúda que tocava violino e esperneava desespero, uma guitarra e teclas avulsas, na apresentação dessa delícia wyatt-satieniana, L'Incroyable Verité. Até a produção mais mainstream-xóninhas do Politics foi largamente compensada pelas releituras enxutas do Sessions. O homem é como um filho para mim. Rejubilo com o reconhecimento que tem alcançado no bairro dele e a cada novo álbum acredito mais um bocado que o mundo não só é praticamente redondo como também pode ser justo, apesar dos lugares de estacionamento privados em via pública. Só que agora a minha admiração explodiu para níveis pornográficos, uma verdadeira estupidez de baba, ao saber que o gajo vai representar a França no Festival da Eurovisão. E em inglês, só para atiçar o pânico jacobino. Enquanto o big-mouth-Morrissey diz que faz mas não acontece, Tellier avança sem medos, enfrentando o perigo com um sorriso nos lábios. Prepara-te, Eládio Climax.