6 de setembro de 2009

Return Of The Mac

Já regressei à coisa real há umas semanas, mas estive em agonia de Mac. Problema resolvido. Quanto ao pathos, peguei na esfregona e limpei as colónias de spam chinoca, pqp. Se as invasões bárbaras continuarem, lá terei de activar a verificação de palavras e dificultar a vida à imigração ilegal. Mais este muro não irá estilhaçar as liberdades. Ainda se fossem carradas de gratas e prestáveis bielorussas a fugir de namorados broncos com a cana do nariz partida (os namorados, não as bielorussas)...

Os últimos tempos foram de grande alheamento em relação ao pequeno mundo, o das notícias, política, blogues, Manuela Moura Guedes. O grande mundo grande impôs-se com excêntrica naturalidade. Sol, areia, água doce e com sal, escaldões absurdos, feijoadas de gambas, peles tostadas, crocantes, um sono do caraças, música empurrada cérebro adentro. E livros, a boa velha suposta ficção: Exit Ghost, um Roth vintage em plena saga de olhar a falência do super homem, a última confirmação dos últimos estertores de invencibilidade; A Ninfa Inconstante, orgia do trocadilho e da livre associação de ideias pelo único contemporâneo que consegue des-ridicularizar tal exercício: Cabrera Infante, que curvas eternas o guardem; A Biblioteca do Século XXI, de Stanislaw Lem, 3 pequenos ensaios ficcionados sobre todas e cada uma das pessoas deste mundo durante um mesmo minuto, sobre armas e a evolução; Um Homem: Klaus Klump e A Máquina de Joseph Walser do Gonçalo M. Tavares, a melhor descoberta-maravilha dos últimos tempos (aquilo é muito a minha onda, percebo as sombras e esquinas daqueles lugarejos, a cabeça daquelas gentes) e, finalmente, o segundo calhamaço da Xenogenesis de Octavia Butler (Ritos de Maioridade).

Agora as sopas destas letras continuam porque não podem ser interrompidas, o que seria perigoso, mortal; mas o ritmo abranda, não há volta a dar-lhe. O amigo JB deixou-me cá um Túnel, de um Sabato argentino que ele (o amigo JB) discordou ver na prateleira dos hispânicos. A solução mais viável será lê-lo imediatamente e ver que tal, se vai hibernar para os lados do Rulfo e do Quiroga ou se fica no limbo das almas penadas, sem salvação nem taxinomia possíveis. Empalhado no limbo das coisas boas, só isso.

Para acabar, que já se faz cedo, recomendam-se manhãs de Domingo como esta, regadas a café, embrulhadas em jornais, empurradas e repuxadas em movimentos de pézito descontrolado pelo groove do James Taylor Quartet, Live At The Jazz Cafe. Vamos à sorte.