Se calhar estou longe de ser o público-alvo da(s) coisa(s), mas esbarro e embirro e às vezes espirro, assim que agora me lembre, com duas das maiores campanhas publicitárias em vigor:
- O Cristiano Ronaldo, multimilionário com muito jeito prá bola (deus o conserve para felicidade própria e dos seus), a promover o melhor banco para guardar as poupanças. Se a ideia é pôr o povo a sonhar com um extracto parecido ao do rapaz pela partilha do mesmo cofre, tomam-nos a todos por parvos. Dinheiros daqueles vêm com artes a que poucos, no mundo todo, poderão aspirar. E ninguém pensa na maçada dos treinos, dos jogos ou dos estágios como equivalentes do seu próprio emprego cinzento, nainetufaive. Para além disso, um jogador da bola (ainda) não é tido como gajo conselheiro ponderado e racional, embora esses também existam. O Ró-naldo não é um deles, mas o senhor Franquelim, que também tem conta no BES, tem de o ser.
- A frase "Sabe bem pagar tão pouco", que o Pingo Doce fez imprimir em todo o lado - outdoors, neons por cima dos estaminés e até nas etiquetas dos preços. Eu fico lixado. Estou a milhas de pensar, quando pego nas Estrelitas, o quão bem me sabe pagar tão pouco. Sinto que estão a gozar comigo, que não é assim que se hipnotizam as gentes, não é chegando à burra que logo se lhe arranca um pêlo. E eu nem olho para o preço das Estrelitas.