[Jerzy Skolimowski, 2008]
Em 'Quatro Noites Com Anna' recebo os exteriores com alívio e uma sensação de conforto transitório, um ou outro minuto de tréguas; e são paisagens brancas de tanta neve, numa Polónia rural hostil e decadente. Os interiores, sem esse manto de camuflagem, são gélidos, ruínas sem biombos nem esperança possíveis, estilhaços com sombras de vida. É dentro de portas, como sempre, que tudo se passa; mas é lá fora que Leon Okrasa se confronta com o seu muro, que o devolve ao interior de si próprio em violento ricochete. O filme é a história de uma ténue e comovente resistência ao vazio, a representação de um último estertor.