Obama tem um defeito terrível: põe toda a gente histérica. É um verdadeiro suplício, ver o homem discursar e as reses a alucinar prados verdejantes. Um gajo com aquela auto-confiança inspira as expectativas mais mágicas e as reacções mais infantilóides. Imagino-o a meio de um jantar, a pedir que lhe passem o sal, no mesmo tom épico e urgente e motivador. Obama é um beatle negro a chocalhar decretos de libertação num campo de escravatura, da beira de quem saem dezenas de paralíticos para os mínimos de Pequim. O gajo espirra e só se ouvem aleluias. E eu penso: santinho. Agora vai lá e salva-nos a todos.