Uma pedrada colectiva, a começar pela do Todd Haynes. Totalmente obrigatório. Pode provocar motins - em mim, provocou. O título, ao mesmo tempo genial e o único que poderia ter, explica o que realmente deve ser explicado: Dylan, sendo tudo e todos - como na descodificação de uma figura compósita num sonho - não está ali. Mas este filme será, à excepção dos álbuns, um dos momentos de maior proximidade que se poderá almejar; em certa medida maior do que nas Chronicles ou em No Direction Home, que procuram o homem; enquanto aqui se projectam os fragmentos das personagens, contentando-se com eles. É um autêntico dream-work, no sentido em que reúne (sem nunca declaradamente pretender aglomerar, sintetizar) as partes em algo que está a meio caminho de luz e sombra. Dylan na penumbra, de onde nunca saiu, emerge de tudo isto apenas como símbolo de si próprio, representado na ausência.