Dois imbecilóides, a quem a idade mental não permite muito mais, vandalizaram um cemitério judaico. Foram apanhados e vão a julgamento. Fim da história? Parecia lógico que assim fosse. A comunidade visada, representantes religiosos, políticos avulsos e dois ministros do governo acharam boa ideia dar mais visibilidade à coisa e trataram logo de organizar uma acção de repúdio e solidariedade. Não se trata de uma cavalgada xenófoba ou anti-semita em grande, média ou sequer pequena escala. Não reflecte um crescendo de perseguição a uma comunidade específica. Não foi aleatório, mas não representa uma tendência e não justifica a evocação do holocausto ou do massacre dos judeus de Lisboa de há 500 anos. Quem chegasse por estes dias a Portugal e visse as reportagens da cerimónia na televisão pensaria que está em marcha algo muito mau. Não me parece e, se a ameaça pairar, cá estaremos todos para mostrar que não pode ser. Neste caso, apenas ganharam prime-time os cabeças vazias e uns tantos dependentes do clube do holofote.