[Ou d' O Esférico Rolando Sobre A Erva]
Em tempos vi uma reportagem sobre uma visita que o Simão Sabrosa fez à sua antiga escola. No meio da histeria dos adultos e do deslumbramento dos putos, lá falou o Simão, para reforçar a decisiva importância da escola num futuro risonho. Foi um gesto bonito e filantropo, apesar de desnecessário. Nenhum garoto, dos presentes e dos ausentes, ignorava como Simão fez fortuna ao longo de uma vida a traduzir Proust, Bernhard e Bulgakov. O exemplo estava ali.
2006/2007 foi a primeira época, desde que me lembro de gostar de bola, em que não consegui ver um único jogo do princípio ao fim. A maior parte das vezes por enfado. Nas restantes por influência do estranho fenómeno de certas ideias intrusivas: imagens e sons das circunferências de imprensa pré e pós-jogatina, entrevistas aos adeptos, o apito salgado, horas de peroranço sobre vida, obra e pensamento dos jogadores e da excitatória verve analítica do professor Seara. Tenho mantido algum interesse no topo da Premier League e em resumos mais ou menos alargados do FCP. No entanto, não estranhamente, consigo aguentar-me em qualquer acesa esgrima clubística, apesar de desconhecer mais de metade do actual plantel do dragão.
*